24 junho 2012

keep pushing.

wataaahhhhh
Comi um leve pequeno-almoço por volta das 8h. Por volta das 8h30 comi um tomate pequeno. Às 10h30 senti um pouco de fome, um ligeiro apetite por hidratos de carbono. Por volta das 11h, já estava com fome e queria comer. Meio-dia e ainda não tinha comido nada e a fome apertava. Esperei até às 13h, quando a fome já fazia o estomago rugir. Senti que era o momento, vesti-me a rigos, meti o mp3, aqueci e fui treinar.

Sim, hoje escolhi ir treinar com fome. Antes que comecem a pensar que estou doido e que faz mal. Tenham calma. Eu tenho consciência dos riscos e sei ouvir o meu corpo, ou pelo menos tento. No entanto hoje mesmo sabendo que o corpo pedia comida, não lhe quis satisfazer o pedido e fui treinar. Escolhi treinar com fome e de barriga vazia pois já há demasiado tempo que adio treinos porque: a) não comi; b) comi muito; c) não tenho tempo; d) ... E fartei-me de andar a adiar treinos por motivos inúmero motivos que já não sabia se eram reais ou resultantes da preguiça. Agora posso dizer que senti-me MUITO bem. Estava preparado para parar a qualquer momento e estava a prestar muito atenção ao corpo e a cada músculo para ter a certeza do que se passava. Correu tudo bem... mais que bem. E é isto, para mim, o porquê de alguns treinos que faço. Ultrapassar-me a mim mesmo. Aos limites que julgo que existem ou que me dizem que existem. Com cuidado mas sem nunca estagnar.

Foi maravilhoso, comecei a correr e senti o estomago a queixar-se. Continuei a correr e puxei mais pelo corpo, ele manteve-se fiel ao esforço e ao nível que estava a pedir. Quando cheguei ao Palácio de cristal estava estoirado, a pingar suor pelo rosto... só queria deitar-me à sombra naquela fresca relva à sombra de uma árvore. Mas não o fiz, mantive-me a caminhar enquanto respirava fundo e recuperava do recente esforço. Passados uns minutos, iniciei o treino dentro o palácio. Sempre a esforçar mais um pouco, sempre a tentar fazer um pouco mais, pelo menos até o corpo dizer "calma Paul". Fiquei por lá coisa de uma hora a treinar e a reconhecer a "voz" do meu corpo entre as "vozes" da preguiça. Oh sim, a preguiça assumer várias "vozes", ou é a aquela "voz" que nos tenta convencer que precisamos de descansar ou que "amanhã" fazemos melhor. Ou aquela que diz "tu não precisas disto", "não tens que ter vergonha de quem és, aceita como és". Atenção nesta última, pois é perigosa. Devemos sim, aceitar como cada um de nós é, no entanto de queremos ser melhores e se tivermos plena consciência que o fazemos apenas porque queremos e não influênciados por ideias alheias sobre o que é belo ou certo... então devemos trabalhar para mudar. Mas isto é outro assunto.

Na corrida de volta a casa voltei a esforçar ainda mais... cheguei a casa e mal conseguia controlar a respiração. Só queria cair ao chão para poder descansar. Foi preciso um pouco de força de vontade para controlar e dosear bem a respiração. Tendo atenção ao ar que entrava, o tempo que permanecia dentro de mim e o ar que saia, e o tempo até a próxima inspiração. Com atenção à duração de cada processo da respiração enquanto relaxava o corpo lentamente.

Tomei um duche frio que ajudou a acalmar um pouco mais  o corpo e a seguir uma deliciosa refeição que me soube tão... mas tão bem hmmmmm.

Mais uma vez, eu sei que treinar com fome não é das melhores coisas a fazer. Tenho consciência disso. Mas tomei esta opção para explorar um ponto no meu treino. Saber se era capaz de treinar com fome. Gosto de explorar novos desafios, físicos e mentais. Queria partilhar isto e que fosse claro, não tenho qualquer desejo de morte ou sou estúpido. Hoje consegui ultrapassar mais um limite que julguei ter, foi um passo importante tanto a nível físico como mental. Resisti à vontade de comer, mesmo sobre tensão e com o cheiro de comida a passar pelas ruas. Senti a vontade de querer parar pois tinha medo... lutei, treinei e superei. Alarguei um pouco mais esta zona de conforto. E foi bom sintonizar e afinar um pouco a frequência do meu corpo para o ouvir melhor e evitar que a preguiça "fale" por "ele". Também deu para perceber melhor como a preguiça funciona e conhecer mais alguns dos seus "truques".

É uma forma de evitar que estagne na Vida, como disse o Bruce Lee, quando começamos a acreditar nos limites... eles espalham-se para todos os campos da nossa vida. E isso é mau. A nossa mente é que dita o quão real e forte é um limite que julgamos existir. 

Sem comentários: